Volkswagen SP2

Os esportivos sempre foram o grande desejo dos amantes pelo automobilismo e, de olho principalmente no público jovem, solteiro e de classe média que pudesse adquirir um esportivo nacional, as opções eram vastas durante as décadas de 1970 e 1980!

Para abocanhar uma fatia deste segmento que crescia consideravelmente, a Volkswagen criou o Karmann Ghia para brigar com o Puma, fabricado por uma companhia independente, mas que utilizava componentes da concorrente de origem alemã.

De olho neste cenário, a Volkswagen não teve outra escolha a não ser criar algo novo, assim, nasceu o SP2 em 1972 (antes dele houve o SP1, que era basicamente o mesmo carro, porém com um motor fraco, o que não era bom para a proposta de carro-esporte.

O SP1 tinha apenas 1.584 cc e 65 cv, já o SP2 era mais convidativo, com 1.678 cc rendendo até 10 cv a mais que o anterior, já nas 5.000 rpm. O torque do primeiro modelo ficava na casa dos 12 kgfm a 3.000 rpm enquanto a versão mais forte tinha 13 kgfm a 3.400 rpm.

 Toda esta receita mecânica só foi possível graças ao aumento de 2,5 mm no diâmetro dos cilindros e da carburação maior no segundo modelo, do tipo Solex 34 PDSIT.

 O novo carro da Volkswagen possuía várias vantagens sobre a forte concorrência: era construído de chapa de aço, além de ser um carro genuinamente VW, ou seja, não dependia de terceiros para uma simples adaptação baseada em chassi de Fusca , o que dava crédito a garantia da marca alemã.

No porta-malas dianteiro podia-se acomodar apenas 140 litros de bagagem, mesmo contando com os demais objetos incluídos neste como, por exemplo, a bateria, o estepe, ferramentas, além é lógico do tanque de combustível com capacidade para 40 litros.

 Atrás o espaço já era mais convidativo, apesar da localização do motor nesta posição. O proprietário podia se virar com este espaço distribuídos em 205 litros de espaço, atrás dos bancos e acima do motor, onde dois cintos de segurança foram instalados para fixar volumes.

 Mas todo este genial projeto só foi colocado em prática graças a Senor Schiemann, o criador do desenho do SP2 e Rudolf Leiding que atuava no comando da Volkswagen do Brasil.

 Chamado de Projeto X, eles apresentaram o protótipo na Feira da Indústria Alemã no ano de 1971. O nome SP supostamente é uma abreviatura para São Paulo, uma homenagem pelo projeto ser concebido na cidade paulista, sendo considerado o primeiro carro nacional totalmente projetado no Brasil. Apesar disso, outras fontes atribuem a sigla à Special Project (Projeto Especial) ou Sport Prototype (Protótipo esportivo).

 O modelo era construído com chassis e mecânica baseada na VW-Variant, com algumas leves mudanças, como freios dianteiros a disco e motor de 1.679 cc com dupla carburação (Solex 34 PDSIT). Os 75 cv levavam o SP2 a 100 km/h em apenas 13 segundos, uma boa marca para a época.

 No primeiro ano de produção, em 1972, quase 3 mil unidade foram vendidas, nos anos posteriores, as vendas caíram vagamente, mas se mantendo estável no mercado.

Em 1975 o carro não havia sofrido modificações a não ser pelas opções de cores ofertadas, o SP1 já não estava mais disponível, já que o SP2 se tornava mais popular em relação ao modelo mais fraco.

A VW pensou até a desenvolver um projeto do SP3, com a mecânica do Passat TS (refrigerado a água), mas, infelizmente, não passou de uma simples ideia, já que o alto custo de produção inviabilizaria o projeto do carro.

Em 1976, o SP2 saía da linha com uma marca de 10.205 unidades produzidas (670 unidades exportadas para a Europa). Um dos principais motivos pela VW parar de produzir o SP2 foi o alto preço, consequência do altos custos e o fraco desempenho do motor diante da concorrência que vinha chegando.

Assim terminou o primeiro VW genuinamente nacional, deixando órfãos e fãs que amam seu design e sua imponência até os dias de hoje.

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