Ford Maverick

Quem nunca virou a cabeça para ver um Maverick passando, não pode se considerar um amante de automóveis! Seu visual esportivo agrada até hoje, e alguns deles contam com um motorzão V8 que anuncia sua chegada já de longe, porém, esse espetáculo teve uma curta trajetória no Brasil, sendo considerado um clássico, tem milhares de fãs dentro e fora do país.

No dicionário de Oxford, a palavra “Maverick” tem alguns significados como homem independente, destemido e soberano. Apresentado pela Ford em 1969, o Maverick era um cupê pequeno, chamados de pony-car pelo mercado americano, com potente motor dianteiro, tração traseira e um esquema de cores com mais de 15 opções. No seu lançamento custava cerca de US$ 1.995, US$ 15.200 hoje (em conversão rápida R$ 71.000).

Mas nem tudo eram flores na vida do pony-car da oval azul, algumas reclamações logo começaram a surgir, e eram focadas na direção lenta e nos freios a tambor, que, devido a potência do modelo, superaqueciam com facilidade.

Em seu primeiro ano nos EUA foram vendidos aproximadamente 579.000 unidades, ele era considerado o “anti-fusca”, sendo o responsável por tirar compradores do popular VW. Já a sua vinda ao Brasil foi visada para combater uma linha totalmente diferente de veículos, aqui ele tinha como foco brigar com Opala e ser o substituto de modelos como Itamary e Aero-Willys.

Porém, no começo dos anos 1970, a Ford realizou uma pesquisa com alguns consumidores brasileiros apresentando 4 veículos distintos, todos brancos e sem identificação, para que o povo escolhesse qual o seu preferido. Os quatro modelos eram: Chevrolet Opala, Ford Corcel, Ford Taunus alemão (carro que inspirou o Del Rey) e o Ford Maverick americano. Ao final da pesquisa, o modelo mais votado pelo povo foi o Taunus, gerando uma decepção na Ford Brasil, já que ela havia eleito o Maverick para seu o seu novo carro nacional.

Mas a fabricante norte americana não desistiu e manteve o projeto do Maverick, já que a maioria dos componentes, como motor e transmissão, poderiam ser herdados do Aero-Willys. A pré-apresentação dele em terras tupiniquins aconteceu no Salão do Automóvel de 1972, mas sua chegada aconteceu em 1973.

O primeiro modelo lançado foi o Maverick cupê, que sofreu um pouco de resistência por conta do seu pouco espaço traseiro, mas logo veio a carroceria quatro portas, que tinha espaço de sobra para seis pessoas, mas, agora, deixava a desejar no porta-malas.

Com a crise do petróleo de 1974, a Ford inseriu o motor 6 cilindros no modelo, que logo ganhou fama de “beberrão”, as más línguas diziam que “andava como um quatro cilindros e bebia como um V8”. Ouvindo as reclamações dos consumidores, a Ford substituiu o motor para um Georgia 2.3 OHC de quatro cilindros em linha, comando de válvulas no cabeçote e correia dentada, concedendo ao Maverick um desempenho mais eficiente, alcançando aproximadamente 155 km/h, com 99cv e torque de 16.9kgmf.

Sua produção foi encerrada em abril de 1979, com aproximadamente 10.500 unidades fabricadas do Maverick GT (com motor V8), 85.600 de modelos cupês (com motores 4 e 6 cilindros) e 11.900 dos modelos com quatro portas.

Desde 1979 o nome Maverick estava aposentado da gama de veículos da Ford, porém no início de 2022 voltou a cena, mas dessa vez como uma pick-up pequena voltada a mercados emergentes, como o Brasil. O modelo irá concorrer com modelos com Fiat Toro, Hyundai Santa Cruz e Chevrolet Montana 2023.

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