Chevrolet Monza

A história do nosso querido Chevrolet Monza não se iniciou aqui no Brasil em março de 1982, quando foi lançado General Motors (GM). O projeto original do carro foi criado e desenvolvido pela alemã Opel. Batizado de Ascona, nosso Monza teve duas gerações anteriores, que não foram produzidas no Brasil, sendo u, prenúncio do que o mundo passou a chamar de “carro global”.

Quando chegou ao Brasil tinha duas versões de acabamento:  a SL e a SL/E e em uma configuração que não existia em nenhum lugar no mundo: hatch com duas portas. Na época acreditava-se que o público brasileiro gostava de modelos duas portas, o que fazia lembrar de modelos esportivos. Uma crença que estava absolutamente errada: Isso fez com que o Monza não decolasse nas vendas até a chegada do sedã quatro portas.

Um outro ponto que impactou negativamente o Monza em 1982 era relativo ao conjunto motor/câmbio: o propulsor era um 1.6 com míseros 72 cv na gasolina ou 73 cv no modelo álcool (sim, na época era um ou outro). Além do motor fraco, o câmbio manual tinha apenas quatro marchas, o que limitava bastante o desempenho, já que o carro pesava quase 1.100 kg.

Mas a GM reagiu rápido, já nos modelos 1983, passou a oferecer um novo motor 1.8 a gasolina que produzia 86 cv, e um novo câmbio com cinco marchas, o que melhorou muito a performance do modelo. Alguns meses depois, a família do modelo crescia com a chegada da versão de três volumes, inicialmente com quatro portas e, mais tarde nesse mesmo ano, com duas portas.

Com isso, o modelo sedã de quatro portas passou a ser um objeto de desejo, caindo como uma luva no gosto do consumidor nacional: tinha um design mais harmônico, era 10 cm mais comprido (ganhando um porta-malas bem maior) e tinha uma ótima mecânica, se comparado a concorrência.

Com uma grande gama de opções, ele passou a vender como água, transformando-o no carro mais vendido do Brasil em 1984, 1985 e 1986 (entregando o lugar ao VW Gol em 1987). Com esse apogeu, a GM passou a oferecer modelos com motor a álcool, com câmbio automático.

Em 1985 a GM fez mudanças sutis, apresentando como Linha 85 e meio. Também lançou a versão S/R (Super Racing), na carroceria hatch, com rodas de liga-leve, pneus de perfil baixo, câmbio com relação mais curta e carburação com corpo duplo. Isso fazia o Monza acelerar de 0 a 100 em 11 segundos (hoje esse tempo é batido por modelos populares, mas à época eram números incríveis.

Em 1986 o Monza atendia a todas as necessidades dos brasileiros que quisessem um carro de médio porte: desde de hatch esportivo de duas portas, até um sedã de quatro portas com câmbio automático, todos com opção a gasolina ou a álcool.

A linha 1987 chegou com uma grande novidade, motor 2.0 com 110cv e 17,3 kgfm, oferecendo ao modelo um desempenho muito melhor do que qualquer outro carro da época. Para completar a GM aumentou a relação do câmbio 5 marchas, tornando o modelo mais silencioso e dócil.

No ano de 1988, o modelo recebe mais um facelift e perde a versão S/R, por ter vendas muito baixas, mas em compensação foi apresentado o modelo 500 EF, em homenagem a vitória de Emerson Fittipaldi nas 500 Milhas de Indianápolis, o modelo contava com uma revolução tecnológica: injeção eletrônica. Curiosidade: as vendas do Monza 500 EF só iniciaram em 1990, com limitação de 1.700 unidades.

Na Europa o Ascona foi substituído pelo Vectra, o que deu carta branca para a GM desenvolver livremente um novo visual para o Monza. Foi assim que nasceu o Monza “Tubarão”, como ficou conhecido, tendo toda a parte traseira e frontal remodeladas, dando a ele um ar mais moderno.

Crescendo em tamanho e melhorando em quase todos os pontos, ele ganhou injeção eletrônica em toda a linha, mas manteve o 2.0 de 110cv na unidade de força, ganhando posteriormente injeção multiponto.

O novo desenho agradou muito o público e reavivou as vendas do modelo. Em 1993 a GM trouxe o Vectra para assumir o lugar do Monza, o que não aconteceu com tanta facilidade. O velho clássico brasileiro perdeu as versões topo de linha Classic e Classic SE e teve os nomes da SL e SL/E alteradas para GL e GLS, respectivamente.

Por conta dos seus preços mais em conta, as versões GL e GLS continuaram atraindo fãs, que levaram a história do, agora velho GM, até o segundo semestre de 1996, quando em 21 de agosto foi produzido o último Monza, em uma versão GL e de cor prata.

Substituído de vez pelo Vectra o Monza conquistou corações e o título de um dos melhores carros vendidos nas décadas de 1980 e 1990. O Vectra, mesmo sendo um sucesso, jamais alcançou o topo das vendas como seu predecessor.

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